Há três grandes armas que usadas com frequência podem deformar a alma de uma criança. São armas próprias dos adultos num mundo marcado pela lei do poder. Que lei é esta? É a lei segundo a qual o grande, o que tem mais informação e capacidade cognitiva, mais malícia, mais força física, mais recursos e mais experiência, vence, dita as regras, e ao ditá-las se proclama sempre certo!
Há uma outra lei, anunciada pelos profetas, inaugurada por Jesus, e parâmetro de vida daqueles que o seguem. É a lei da pequenez. Esta lei, por ser de difícil aceitação, é muitas vezes desprezada por nós em sua aplicação em relação às crianças, mesmo quando professamos seguir a Jesus que a ensinou. Segundo a lei da pequenez, o maior deve usar seu poder somente quando for necessário e quando este poder resultar em proteção e bem estar para o mais fraco. No reino instaurado por Jesus, o menor é o maior, o senhor se faz servo, os últimos são os primeiros.
Infelizmente, a lei que impera nos ambientes nos quais as crianças crescem é a lei do poder. E começa muito cedo a partir, por exemplo, da admoestação que muitos pais novos recebem: “Não deixa o nenê ficar muito no colo, se não…” Se não o que? Se não o bebê vai invadir o tempo precioso do adulto? Se não os pais serão dominados pelas demandas de um bebê autocentrado? Vejo pais novos bem intencionados que começam a vida familiar já numa atitude de guerra com seus filhos! Que pecado comete o bebê que demonstra com seus choros e resmungos que o ninho nos braços de um ser humano é prazeroso e preferível a um berço?
Não é o fato de termos que colocar o bebê no berço que me entristece mas sim a atitude armada de pais que querem prevenir-se da possibilidade de serem dominados pelo bebê. A verdade é que muitas crianças são recebidas em lares onde já são vistos como ameaças. Que triste!
Todo bebê, em todo o mundo, começa sua vida em condição igual: pequenino e vulnerável. E todo bebê, em todo o mundo, aprende desde muito cedo as regras do poder. Quem convive com criança sabe: é muito difícil mudar as regras deste jogo.
Existem algumas armas nesta luta de poder que quando usadas com frequência na infância têm um potencial tóxico e grandemente danoso para a vida e desenvolvimento da criança.
O SEGREDO que transforma a criança em cúmplice;
A PROMESSA que mina a confiança das crianças nos adultos e no mundo;
A MENTIRA que afasta a criança das verdades essenciais e as aprisionam num universo de medo;
A ACUSAÇÃO que define a identidade de uma criança.
:: ELSIE GILBERT (ULTIMATO)
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